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Identificando a depressão

  • Foto do escritor: clinicajardins
    clinicajardins
  • 31 de jan. de 2014
  • 3 min de leitura

Infelizmente a depressão é a patologia psíquica que mais representa o nosso momento. Não só o crescimento de casos de depressão é alarmante, mas também vivemos numa era de ansiedade e desconstrução propícias para o surgimento desse transtorno de humor.

Pela depressão ser tão frequente encontramos ainda mais dificuldades, como em dissociar o que conhecemos dela com outros quadros. Assim, o diagnóstico sofre com profissionais mal preparados e uma grande quantidade de pessoas que se diagnosticam precocemente com a doença.

Transtornos psíquicos, como a depressão, são suscetíveis à esse efeito cultural de identificação, a pessoa se vê como deprimida e acaba repetindo os seus sintomas.

Muitas vezes também o diagnóstico de depressão fica obstruído por existir um outro quadro psíquico, como uma ciclotimia, uma distimia, uma bipolaridade, uma fobia dentre outros. Não é papel do paciente saber diferenciar esses quadros, nem conseguir se diagnosticar precocemente, mas o que pode ajudar o paciente a não ficar tão perdido é se informar.

Inicialmente, para diminuir a confusão e a falta de conhecimento, é necessário dizer o que a depressão não é: tristeza.

Simples assim, tristeza é uma resposta natural e esperada em circunstâncias propícias, enquanto a depressão corre seu curso independente dos acontecimentos ou de ciclos naturais. Da mesma forma que a tristeza é parte natural da vida, assim é o luto, que pode parecer para os olhos destreinados uma depressão, mas que existe dentro de um ciclo determinado. Um luto de seis meses é normal, um de seis anos é patológico.

A depressão é a desvalorização da vida a ponto de não se importar mais com o resultado das próprias ações. Entrar em depressão é iniciar um processo de esvaziamento de sentido que pode começar em volta de alguma dor ou perda e depois se alastra por vários aspectos da vida. A pessoa para de se preocupar consigo e com os outros, sem conseguir tirar nenhum prazer do que faz ou do que vê.

Claro que a depressão nunca é total, algumas coisas ainda geram um pouco de alegria e satisfação, assim como raiva e desgosto, mas existe um processo generalizado que toma a pessoa e que se deixado sem tratamento pode corroer os significados pessoais a ponto de causar um desligamento profundo com o mundo e quem sabe um suicídio.

Muitas vezes, quando investigamos uma depressão, podemos identificar um evento angustiante que disparou uma grande tristeza e naturalmente associamos a depressão à esse evento e às suas consequências. Num primeiro momento é possível confundir a depressão com o luto por que ele se assemelha à falta de sentido na vida que segue uma grande perda. Mas a depressão supera os efeitos de qualquer evento e joga a pessoa num processo de desvalorização e desinteresse que suga a vida para fora do que normalmente poderia animar a pessoa.

As vezes também a depressão não é representada pela inatividade e a preguiça generalizada, mas pelo oposto, pela agitação fora do normal. Como um motorista que fecha o carro para a direita quando vê um buraco na esquerda a depressão pode se manifestar como uma agitação além da conta, na tentativa incessante de se procurar prazer e significado.

Na mesma linha de opostos a depressão pode se expressar pela desregulagem do sono, na forma de sono excessivo ou insônia. O quadro típico, que hoje consideramos consequência do nosso estilo de vida agitado e ansioso, e que pode significar um quadro de depressão, é uma grande dificuldade de sono pela manhã e uma impossibilidade para dormir de noite.

Afinal, como saber quando se está deprimido?



Para se fazer um diagnóstico o mais indicado é sempre um profissional, como um psicólogo ou psiquiatra, mesmo que exista uma dúvida a melhor opção seria procurar esse profissional independente do diagnóstico, já que a preocupação com a sua saúde psíquica já é um indicativo de que algo precisa ser comprendido melhor.

A depressão ainda mostra um agravante, uma vez que se desenvolve ela deixa uma marca, um sulco, que funciona como um caminho facilitado para situações posteriores. Então a depressão pode afetar a vida da pessoa discretamente, piorar, melhorar, voltar novamente, como uma gripe. Por isso que o acompanhamento de um profissional é ainda mais indicado, para que ela seja identificada enquanto está fraca e assim facilitar o tratamento e reduzir os danos causados.

Nem sempre essas opções são possíveis, e apenas em casos de extrema emergência é que se procura um profissional. Quando a situação é confusa e é necessário ter certeza de que existe algo patológico para a busca de ajuda, vale avaliar os danos se fazendo as duas perguntas básicas de saúde mental: “o trabalho é prejudicado por isso?” e depois, a mais interna “minhas relações sociais são prejudicadas por isso?”


Se a resposta é sim para qualquer uma das duas então eu recomendo que você busque a ajuda de um profissional.


Lucas Nogueira

 
 
 

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